SOBRE A SÉRIE
​
A troca argumentativa de razões é muitas vezes vista como a maneira mais respeitosa e afirmadora da igualdade de que as partes podem se envolver com as mentes umas das outras. Mas há muito se reconhece que a argumentação nem sempre é livre, igualitária e respeitosa.
​
Os epistemólogos sociais desenvolvem teorias de injustiça epistêmica que mostram que o poder social tem um impacto direto na capacidade das pessoas de fazer suas vozes serem ouvidas. Os teóricos políticos estudam os efeitos perniciosos da propaganda.
 
Dados empíricos sugerem que se a argumentação levará ou não a uma melhoria das crenças dos participantes depende, em grande medida, de fatores como a homogeneidade ou heterogeneidade das crenças pré-discussão dos membros do grupo, as relações sociais dentro do grupo e a existência ou não de ameaças externas ao grupo.
 
Os retóricos têm um interesse de longa data na composição de argumentos persuasivos e seu uso ético. A advocacia jurídica é talvez o campo em que o argumento persuasivo é mais central; aqui também as implicações éticas da persuasão tornaram-se o foco de estudos recentes.
 
Os teóricos da argumentação se preocupam com os efeitos da adversidade e cooperação na argumentação e o papel desempenhado por traços de caráter, como mente aberta ou perspicácia. A lista continua.
​
A argumentação, ao que parece, é uma atividade que pode ser feita de maneira moralmente correta e moralmente errada. No entanto, enquanto teóricos de muitas áreas diferentes trabalham com os problemas da ética do argumento, eles nem sempre interagem uns com os outros. Muitos trabalhos excelentes permanecem isolados.
 
Esta série de palestras se propõe a mudar isso. Ao reunir estudiosos que trabalham na ética da argumentação, prepara o terreno para o desenvolvimento da ética da argumentação como um projeto de pesquisa integrado e interdisciplinar.